terça-feira, 14 de setembro de 2010

17:17


Meu corpo é uma casa.
Meu coração é a parede.
Paredes são frágeis, qualquer simples caneta ou lápis já é capaz de causa um pequeno dano nela.
Paredes podem ser coloridas, ou não. Com detalhes ou não. Fortes ou não. Nenhum igual, todas diferentes.
Em algumas paredes existem fotos, molduras, pôsteres.
Mas todas são iguais em uma coisa : são frágeis.
No começo, minha parede é nova, branquinha, lisinha, sem nenhum arranhão.
Com o tempo, minhas paredes acabam sendo danificadas por conta de moveis esbarrando nela, e causado pequenos, ou então, grandes arranhões.
Com o tempo, e com a umidade minhas paredes começam a descascar.
Com o tempo, a cor da minha parede acaba desbotando.
Com o tempo, minhas paredes vão sendo destruídas.
E dói.
Cada hospedeiro, que reside dentro de mim, seja por muito ou pouco tempo, acaba destruindo um pouco de minha parede.
Ela nunca mais foi a mesma depois que decidi deixar de ser uma casa vazia.
Ela nunca mais esteve inteira.
E eu a quero de novo.
Meu coração é uma parede.
Um pedreiro pode tanto destruir como consertar os danos causados numa parede.
O amor também.
Mas digamos que o meu pedreiro não seja bom.
Minhas paredes não estão em boas qualidades.
Cuidado. Elas podem desmoronar.
E eu também.

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